O próprio ritmo dita que Salvador é uma cidade cheia de diversidade, mas até a inauguração do “Beco da Rosália” localizado nos Barris, não havia conseguido repetir nas suas opções de lazer a mistura envolvente das músicas. Inaugurado em 2005, o Beco representa muito mais que um barzinho de esquina. Consegue ser visualmente simples e rico e trás um leque de variedades culinárias e artísticas de encher os olhos e a barriga de qualquer freqüentador.
O cardápio do bar oferece pizzas feitas artesanalmente com sabores que vão de rúcula com tomate seco a carne seca desfiada, caldos saborosos e uma infinidade de bebidas para acompanhar as refeições.
O clima do local é pautado por apresentações musicais alternativas com som ao vivo que fogem à regra do banquinho e violão e quando não há ninguém no palco, o ambiente é tomado pelas vozes consagradas da MPB, vide Maria Betânia e sua imensa contribuição a música popular.
O dono do estabelecimento é o paulista Fabrício Marílson que batizou o lugar em homenagem a mãe e conduz o Beco com a alegria de um bom baiano e a hospitalidade convicta dos brasileiros. A primeira visita é possível sentir-se em casa, seja pela excelente recepção, seja pela decoração de toalhas com estampas tropicais sobre as mesinhas. Ao mesmo tempo em que a festividade caseira transparece, as fotografias expostas nas paredes dão um toque cultural, cheio de referências a arte do Brasil e do mundo.
Com uma programação diferente para cada um dos sete dias da semana, a galera que costuma freqüentar o beco pode optar por uma quarta-feira literária ou um dia para conferir um festival de vídeos, tudo isso com a descontração de poder jogar conversa fora.
O “Beco da Rosália” é uma idéia concebida de forma única e na cidade, poucos são os “points” que conseguem a proeza de juntar gente de todo o tipo e reunir cerveja com livros, drinks com MPB e pratos finos com a bonança de uma prosa típica. A liberdade é tanta, que observar casais de todas as opções sexuais vira um mero detalhe diante da grandeza que é o local que tende a se expandir, deixando de ser alternativa e tornando-se prioridade na vida cultural de Salvador. Não deixe de visitar.
Por Daniel Oliveira
